Foi em 2021 que raspei meu cabelinho e nunca mais deixei crescer. A história por trás da decisão você já sabe, se me acompanha há um tempo. Se não, já fiz um textão sobre isso disponível aqui. Enfim, depois que raspei ainda continuo ouvindo reações opostas sobre o ato. O que me surpreende é que muitas mulheres tem de fato vontade de raspar o cabelo, mas se preocupam com muitas coisas que a deixam com um medo terrível de experimentar a sensação pelo menos uma vez na vida. Reuni aqui algumas preocupações e como é na prática. Fonte: minha experiência, ok?
E se eu ficar testuda?
Meu anjinho, você puxar o cabelinho pra trás não é equivalente a como de fato você ficaria se raspasse o cabelo. Todo mundo tem testa e advinha, não existe testa minúscula. E honestamente? Ninguém repara na sua testa. E se reparar? Foda-se.
E se eu ficar feia?
Autoestima não tem a ver com cabelo, por mais que o mundinho machista diga que seja para afinal performar feminilidade. Ditam que ser feminina é ser bonita, cabelo é sinônimo e se você não tem BOOM: automaticamente feia. Além de ser uma mentira descarada, vale refletir sobre sua própria autoestima e autoimagem. Você não é obrigada a se achar linda de absolutamente qualquer jeito por um extremismo de positividade. Olha bem pro seu rostinho, ele não vai mudar. Se você se sentir insegura invista em BADULAQUES. Passa um batom, faz uma make bafo, use acessórios, compre um óculos diferentão, sei lá. Reveja conceitos de beleza. Autoconhecimento é tudo. Use o que você já sabe ao seu favor e mantenha!
E se ninguém me achar atraente e eu nunca mais beijar na boca?
Risos. Não se preocupa meu anjo. Quando eu raspei estava num relacionamento e também pensava: se eu ficar solteira já era né. Muito pelo contrário rs Vamos aos fatos? Tem gosto pra tudo, então relaxa. Fora que ser careca meio que exala um pouco de BIG DICK ENERGY, e nada mais atraente do que alguém que se garante sendo quem é, tô errada?
E se acharem que eu estou doente?
Vai acontecer. É só responder “não estou”. Já me perguntaram se eu tenho câncer, me deram assento preferencial, se eu fui militar????, se eu tive um SURTO e raspei no impulso, enfim. Quem não te conhece e não te perguntar, vai assumir coisas sobre você. E na real? Foda-se. Responde se quiser, se não quiser concorde e saia fora, o que seu coração mandar. Não me ofende acharem que eu estou doente. Minha resposta é curta e simples: porque eu quis.
E se eu me arrepender e não gostar?
Cabelo cresce. Se não crescer tem peruca que você pode usar o que quiser. Deixar crescer de volta é um processo, pode ser que você descubra um outro jeito de deixar seu cabelinho ou pelo menos aprender mais sobre você. Vai ter que ter paciência mas é isso: cresce de volta. Se você não tentar, nunca vai saber.
Contras:
Sentir frio na cabeça é chatão, mas é real.
Eu nunca mais consegui usar nenhum acessório tipo chapéu/boné/touca depois de uma piada “inofensiva” que meu ex fez. O que é uma merda no frio, no sol ou qualquer outra coisa, mas esse é um problema exclusivamente meu.
Você vai ouvir muito sobre CORAGEM. Que parece até um elogio mas se você pensar um pouquinho além, vai entender não é.
O comportamento corporal de “botar o cabelinho atrás da orelha” não passa nunca. Repito: NUNCA.
Todo mundo tem uma opinião pra dar. Mas foda-se
Prós:
Economia de tempo, dinheiro e esforço.
Praticidade. Pode lavar o cabelo meia noite porque meia esfregada de toalha já seca pra poder dormir.
Passar a mão na cabeça é gostoso demais.
Você aprende a usar acessórios e incrementar seus looks.
Incluso no pacote: aumento da autoconfiança.
Alívio e libertação.
Você pode doar o seu cabelo e fazer uma boa ação FOR ONCE IN YOUR LIFE
Pra mim: combina mais com a minha personalidade e meus valores. Faz mais sentido com quem eu sou por dentro.
Poder fazer algo que eu queria, por mim.
Não ser confundida com gente padrão conservadora.
Enfim, como muitas coisas na vida talvez o problema em raspar seu cabelo esteja mais nas vozes dentro da sua cabeça do que qualquer outra coisa. Se a sua mão está coçando, raspa logo. É só um cabelo. A vida é uma só e muito curta pra ficar passando vontade com coisas que estão ao nosso alcance. Além de ser uma experiência catártica, acho que pelo menos uma vez na vida toda mulher deveria experimentar. Se precisar de alguém pra te ajudar, me chama.
Magpie A filha de um casal vai estrelar um filme. O pai a acompanha no set de filmagens e a mãe, com outro baby no colo, tenta retomar a vida. Mas coisas acontecem. Daisy Ridley está ÓTIMA. Tem um plot bom e uma boa construção mas às vezes fica meio perdido e se estica além do necessário em alguns momentos. Ainda vale ver.
Hard Truths Uma mulher cheia de raiva que desconta em tudo e todos ao seu redor, é bem mais que isso. Foi difícil engajar até chegar no cerne da vulnerabilidade da protagonista, porque é uma mulher CHATA. Mas depois que você vai entendendo onde o filme quer chegar (e chega), é belíssimo.
Shrek Usei cogumelo pela primeira vez na vida e vi essa obra chapadíssima. Tudo na tela derretia. Os personagens ficavam deformados e mudavam de cor. Foi quase um filme de terror. Eu só conseguia pensar: caralho que ícone. Shrek harmonizado foi a parte mais cursed pra mim.
Shrek 2 O efeito do cogu já tinha passado mas gosto mais do roteiro e de tudo visualmente que esse traz. Um filme sobre pertencimento e aceitação. You go girl (and shrek)
The Holy Mountain Também feliz que não vi esse totalmente drogada porque tenho certeza que teria dado um nó no meu cérebro e uma bad sem igual. Foi bom rever, Jodorowsky é um artista e tanto. Acho que são poucos que conseguem trabalhar símbolo e imagem como ele. Se você não viu esse filme, hora de repensar a existência (vai ver p0rra)
Ash Uma mulher acorda sem lembrar de nada e se depara com sua tripulação inteira morta, num planeta desconhecido. Puta que pariu que filme ruim da porra. Os efeitos visuais me incomodaram tanto que foi difícil engolir qualquer coisa que a história tentou vender. Roteiro pobre que dói.
The Humans Um cenário só, numa noite só, uma família em cena. Adaptado de uma peça de teatro, o foco são os diálogos e as nuances de cada membro. É simples e sobre relações e ao mesmo tempo é excelente e profundo. Uma ótima dinâmica e mistura de gêneros na dosagem certa. Filmaço!
Sonic the Hedgehog 3 Definitivamente o mais fraquinho e infantilizado dos três. Ainda não consigo superar o Idris Elba dublando o Knuckles kkkk Bom pra deixar o cérebro lisinho. Algumas boas piadas, outras nem tanto. Um elenco cheio de queridos. Precisamos de mais filmes de Sonic, ansiosa pelo próximo!
Censor Reassistido pra gravar Rainhas do Grito. Uma moça que sofreu um trauma, trampa fazendo censura de cenas violentas em filmes. Até que coisas acontecem. Não entendi quase nada, filmão! Risos, me perdeu um pouco. Entendi onde quis chegar, mas não funcionou muito pra mim.
The Long Weekend Assisti pra gravar Falando no Diabo. Um casal sai de carro pra natureza e muitas coisas acontecem. Achei loucura demais, fiquei perdida, fiquei estupefata, enfim. Muitos sentimentos e confusões mentais mas adorei? (tirando o número exacerbado de m0rtes de animais)
Se alguma mulher achar q nunca mais será beijada por ser careca, pfv me envie uma mensagem pq eu sou o MAIOR zé-carecão da grande sp.