talvez fique muito longo pro email, então clica aí no header e vai direto lá no link pra ver tudo, ok?
Como uma boa criança anos 90, minha jornada começou com gibizinhos Turma da Mônica e livros da Ninoca. Minha avó acumuladora cedia na minha infância e eu tinha sacolas enormes de livros infantis. Naquela época eu nem sabia que era possível ter estantes e coisas do tipo. Pela falta de maturidade e espaço liberado pela memória, não posso dizer que teve um desses livrinhos ou gibis que mudaram minha vida para sempre ou iniciaram de vez meu caminho como leitora, mas deixo aqui essa menção honrosa. A maioria das minhas amiguinhas não gostavam de ler, mas tinha uma chama Gabrielle (menina que fim levou você hein?), que nos reuníamos no hall do prédio dela e cada uma levava uma sacola de livros que trocávamos e devorávamos ali mesmo em alguma tarde de sábado qualquer. Com minha outra melhor amiga da época, a Ana Lívia, gostávamos de livros que eram ao mesmo tempo jogos de tabuleiro. Eu nunca tive um, mas amava ir na casa dela jogar (esses e o nintendo 64, saudades Ana, que fim levou você hein menina?).
Pra sair dos livros de muitas imagens e poucas palavras eu teria que citar o famigerado lá da criminosa. Muitas crianças estavam lendo na minha sala e eu não queria ficar de fora (sim, eu queria pertencer), então foi meu primeiro livro infanto-juvenil mas não quero me debruçar sobre ele. Então vamos aos marcos, que não tem a ver com “melhores livros que mudaram minha vida”, ok?
Senhor dos Anéis
Como uma pequena jovem natyzinha muito admirada pelo filme com meus dez aninhos, foi o primeiro livro que pedi de presente. A minha versão é dos três em um só, um calhamaço do caralho que tenho até hoje (e estou vendendo por R$50 quem quiser inclusive). Eu comecei e li até a metade das Duas Torres, e larguei. Foi o primeiro livro que me deu a sensação de que “ok eu não tô entendendo nada e não aguento mais vinte páginas descrevendo uma colina” e de que existia livros “de adulto”. Era muita leitura que demandava capacidades cognitivas que eu ainda não tinha desenvolvida e aquele não era o momento pra ele. Entendi que eu tinha uma limitação e desisti.
No Sufoco
Clube da Luta foi um dos primeiros filmes que me atraiu ao mundinho cinematográfico. Eu acabei com aquela sensação de THIS IS CINEMA e assisti sabe-se lá quantas vezes seguidas. E com o até então limitado acesso a internet, descobri que era adaptação de um livro. Escrito por um homem gay, que tinha outros livros por aí. Na época não encontrava o livro de Fight Club por nada desse mundo, mas tinha outro dele disponível, o No Sufoco (que também virou filme mil anos depois). E não atoa, Chuck Palahniuk segue sendo meu autor favorito da vida. É crítica contada com absurdos, extremos e uma criatividade sem tamanho. Eu JAMAIS perdoarei 1nc3ll e r3dp1ll burro que não entendeu clube da luta, tomou pra si e hoje gerou um ranço enorme na população que não bota dois neurônio pra pensar e fala mal desse ícone. Enfim, Choke foi o que considero a primeira leitura DIFERENTONA que pavimentou meu gosto dali pra frente.
A Zona Morta
Não foi meu primeiro do Stephen King, mas foi o que me marcou. Até então eu não gostava de filmes de terror (o mundo não gira, ele capota) mas esse primeiro contato me fascinou. Devorei rapidão, achei super dinâmico e interessante na época. Li Carrie em seguida. King virou um autor conforto pra mim. Admiro muito o tanto de coisa que esse homi já escreveu. Queria muito ser a colecionadora do véio, mas o capitalismo é cruel demais. Sigo na saga de tentar terminar Torre Negra (não vejam o filme).
Crepúsculo
Eu já tinha lido vampiros antes com a Anne Rice (até hoje na saga de terminar as crônicas vampirescas também). Mas foi com crepúsculo que eu fui apresentada ao FANDOM. A histeria coletiva, a obsessão. Foi o livro que eu comprei literalmente julgando a capa (acho linda até hoje) e devorei a farofa rapidão. Como era adolescente, normal gostar daquilo. Reli ano passado e achei horrível kkk Mas é sobre isso né, épocas, quem a gente é etc Li todos os livros. O segundo em inglês (foi o primeiro livro que li completamente em outro idioma), o terceiro e quarto por uma versão no WORD traduzido e digitado por algum fã. Com a estréia do filme, eu saí do tupor e achei o horrível e “saí do fandom”. Então definitivamente foi uma experiência kkk
As Crônicas de Gelo e Fogo
Depois de Clube da Luta, eu tive uma sede pra ler tudo aquilo que eu tinha consumido em outros formatos (na época principalmente de filmes). Quando saiu a primeira temporada de Game of Thrones, eu estava numa época em que os filmes ficaram um pouco de lado e eu consumia MUITA série. Eu achava que poderia consumir TODAS AS SÉRIES. Assistia coisas sem fazer ideia de sinopse nem nada e quando estreou e descobri que era obra literária… Foi a saga que acompanhou minha faculdade. Tentava ler dois por ano (porque conciliar com estudos e etc não me sobrava muito tempo). E também foi o que me tornou, por um breve período, a chata do “MAS VOCÊ LEU O LIVRO? NÃO PORQUE NO LIVRO…” Passou, eu juro. Nem vou reclamar do Martin hoje, prometo. E marcou porque fui entendendo um pouquinho mais sobre o tipo de leitura que eu gostava e que eu podia ter paciência de ler calhamaço, afinal não estamos numa corrida. E mais tarde eu fui entender que eu não preciso ler tudo aquilo que eu gosto de assistir, tá tudo bem. (Quero saber quem está com o livro um da minha saga, só falta ele na minha estante ME DEVOLVE VAGABUNDEEEE)
Os Sete
Vianco foi a porta para literatura BR, o primeiro que li para além dos obrigatórios do currículo escolar. Além de obviamente, vampiros. Também comecei a entender que tinha um mundo muito inexplorado (pra uma adolescente nos primórdios da febre mundinho virtual) e que sair das grandes editoras, obras americanizadas e afins era um ótimo negócio.
Aos Prantos no Mercado
Além do livro ser ótimo ele foi o primeiro a sair da minha bolha. E o primeiro que li pra participar do primeiro clube de leitura pela primeira vez. Até então eu só lia: ficção científica, terror e fantasia. Começar a participar do Leia Mulheres com ele me abriu muitas portas, minha cabeça, minha vida social e minha relação com hobbies. Eu retomei ter um programa só meu e fazer algo ativamente para além da bunda no sofá vendo mil filmes por dia. E também vai virar filme, aguardemos.
Onze Reis - Principia
Tiago foi o primeiro amigo real oficial que eu li. Que orgulho ter amigos que escrevem, publicam e criam coisas incríveis. Um dos defeitos do querido é que além de ser meu amigo há anos, já ter vindo na minha casa, o cretino nunca autografou minha cópia. Mas além de ler onze reis, leiam seus amigos que tão no corre! Dê dinheiro pra gente como a gente. Apoie seus parceiros ao invés de gente transfóbica por exemplo.
O Sagrado e o Profano - Antologia
“O Futuro é Seu” foi o primeiro conto que eu escrevi e essa foi a primeira antologia que participei. Nunca achei que seria capaz de escrever nada e muito menos ver algo que eu fiz, impresso e num livro real oficial. Descobri o mundo dos contos, do meu potencial de criatividade, exercitar meu cérebro de outra forma e ler muita gente incrível. Foi um ano que escrevi muito, e isso me lembra que preciso retomar a prática e treino de escrever para além daqui.
Sacrifícios Humanos
Esse livro marca um novo começo pra mim. É o primeiro do primeiro clube de leitura que eu estive presente como mediadora. Maria Fernanda Ampuero escreve um horror social latino que me faz pensar que é isso. É isso que eu gosto de ler. É isso que eu quero ser capaz de escrever. E mediar também se tornou uma coisa que eu gosto de fazer.
Livros e leitura são muito importantes na minha vida. É legal olhar pra esses momentos, quem eu era na época e como eles marcaram contextos específicos. Adoraria saber quais livros marcaram a vida de vocês e o motivo por trás deles. Compartilha comigo?
Out of this World mostra o ponto de vista de um serial killer que queria viver de música mas mata todo mundo em seu caminho. De repente ele obceca por uma moça com deficiência auditiva e coisas acontecem. Desserviço, tentou muito e conseguiu pouco.
Café com Canela mistura histórias de amor e principalmente perda e luto. E como é o papel do outro nessa jornada de cura e seguir a vida. É lindo, é poético e absurdo de bom.
A Quiet Place: Day One acompanha o primeiro dia de NY sendo invadida pelos aliens que caçam através do barulho. Duas pessoas se encontram no caos e tentam sobreviver. A Lupita deve tá morrendo de dor nas costas de carregar tanto talento e melhorar todo filme que participa. Gostei muito desse. Queria ter visto no cinema.
Seed of Chucky o casal de bonecos assassinos revivem e vão atrás de seu filhe não binárie, Glen. Um filme está sendo feito sobre eles e pegam carona no hype pra matar etc e tal. Gostosas risadas viu, pura farofa. (eu viveria um romance com a Jennifer Tilly facillmente)
Curse of Chucky uma família se reúne após a morte da matriarca e no meio do caos de tanta gente, Chucky está presente e mortes acontecem. Os efeitos me irritaram, mas foi uma boa maneira de linkar a história e “começar de novo”.
Cult of Chucky Nica está presa num hospital psiquiátrico e um boneco Chucky é usado em sua terapia pra prová-la que nada do que viveu era real. Mas era sim! Eu achei a parte do culto meio too much, mas eu gostei bem mais desse porque abraça o podreira. Tem beijo LGBT, tem nepotismo que deu certo com a Fiona. Me sinto pronta pra série!
Interview with Vampire como é bom ser bissexual e gostar de vampiros em 2024! Eu amo essa farofada noveleira que essa série é e vou defendê-la até o fim dos meus dias. Sam Reid é sim o melhor Lestat possível e mal posso esperar a terceira temporada com seu aparente protagonismo. Que delícia não usar um neurônio e ter tesão em seres imortais&ficcionais que fazem um rebuceteio infinito.