Quem tem certeza de tudo deve, no mínimo, estar errado sobre alguma coisa. Onde há vida, há dúvida. E na maioria das vezes, quando seguimos uma certeza, ainda somos acompanhados de uma pitadinha de dúvida.
Os pontos de interrogação da vida, em geral, são os maiores causadores de ansiedade no ser humano. Nosso cérebro ODEIA não saber. Não prever, não acertar, não saber o que fazer/como/lidar/o que esperar. Mas na prática, somos carregados de incertezas o tempo todo.
Ao longo da minha vida várias certezas que eu tinha caíram por terra. Que eu moraria em Bauru até minha avó morrer, que eu era hétero, que continuaria minha coleção de filmes eternamente, que eu só pintaria o cabelo quando ele ficasse todo branco, que meu relacionamento não acabaria tão cedo etc.
O ser humano é tão cheio de contradição que em si, nós somos grandes pontos de interrogação ambulantes. Queremos acreditar na previsibilidade mas é um falso conforto. E isso não significa que devemos viver pisando em ovos. Ser cauteloso não é o mesmo que viver com medo.
E por isso também é irreal só tomarmos decisões quando temos certeza. Não há garantia de nada. Hoje eu posso estar aqui toda pimposa escrevendo esse texto e amanhã um piano cair na minha cabeça enquanto volto do pilates.
Claro que eu ainda tenho muitos medos. Imagino que você também tenha. Não acho que as pessoas tenham que ser impulsivas e imprudentes, mas necessitamos de uma dose de “vai com medo mesmo”. Abraçar a incerteza é amargo e espinhoso, até que seja um tequinho reconfortante. Afinal mesmo vivendo de medos e incertezas, chegamos até aqui. Sobrevivemos. Nos viramos nos trinta. Suspiramos de alívios pra ficar em alerta de novo.
Não tenho muitas certezas sobre meu futuro, mas desconfio que de uma maneira ou outra, vai ficar tudo bem. Até não ficar mais. E depois ficar de novo.
Ano passado falei de carnaval aqui nessa edição chamada “bloco do quero ficar de boa”. As edições ao completarem um ano, “saem do ar”, ficando disponíveis apenas para apoiadores pagos.
Night Swim acompanha uma família mudando para uma casa nova a preço de banana por conta de uma piscina meio cósmica meio possessão de entidades etc Achei uma mistureba de fatores que juntos não funcionaram muito bem, meh
Cats… o que dizer além de KKKKKKKKK CURSED sinto muito pelo fim da carreira do tom hooper depois desse
The Kitchen mostra uma Londres futurista com divisões de classe sociais ainda mais distantes. Um funcionário de repente vê sua vida mudando com a chegada de uma criança que diz conhecê-lo. A história, as críticas são muito boas. Queria ter gostado mais, mas achei um pouco parado. (porém dirigido pelo cristalzinho do Daniel Kaluuya que merece o mundo)
Dumb Money é uma história real de um vlogger que fala sobre investimentos e muda o jogo da bolsa de ações apostando na GameStop. A história pra mim é pombo mas muito bom ver gente rica se fudendo. E se tem o Paul Dano já vale tudo pra mim (te amo).
Wilson é um filme chato sobre um cara chato. Um cara chato divorciado fica enchendo o saco das pessoas, resolve ir atrás da ex e descobre que tem uma filha que foi adotada por uma família rica. Tenta humanizar e empatizar gente chata mas achei intragável rs
Wrath of Becky se passa dois anos depois do primeiro filme e lá vai a gata mais uma vez atrás de matar um bando de r3dp1LL violentamente. Filme pra não usar neurônios e realizar terceirizadamente fantasias vi0l3ntas.
The Wailing tem ótimas atuações e uma história que dá agonia o tempo todo. Um homem estranho aparece numa vila e uma doença se espalha. Um policial começa investigar a fundo porque sua filha fica doente. A garotinha merecia um oscar pois atuação impecável. Fiquei me achando burrinha no final mas amei.
Hush é da vibe “se o Mike Flanagan fez, estou vendo”. Uma escritora com deficiência auditiva fica presa em casa precisando escapar de um assassino nada a ver. Tenso e bom. Queria ser esposa da Kate Siegel.
Tragedy Girls é divertidíssimo! Duas adolescentes viciadas em assuntos de serial killers e morte, falam sobre isso na internet e querem construir um legado de matança na sua cidade, mas… coisas acontecem. Um slasher que critica sutilmente vários pontos da nossa sociedade atual porém de maneira divertida. Amei.
Schmigadoon! acabou e estou triste. A segunda temporada é divertida com ainda mais referências a musicais “obscuros”. Acho que gostei mais da primeira temporada mas para os fãs, vale cada episódio. Vou sentir saudades.
Pachinko acompanha várias gerações de uma mesma família de imigrantes coreanos que fazem o que é preciso para sobreviver. Série lindíssima e de qualidade. No aguardo da segunda temporada (talvez eu leia o livro um dia).
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The Kitchen: bem meh né? infelizmente.
Dumb Money: tentou ser The Big Short e acertou LONGE. Achei bemmmm chatão.