Todo mundo em algum momento da vida já deu uma viajada na maionese sobre o fator destino, coincidências, sincronicidade, causalidade e afins. Se existe ou não. Se tivesse escolhido A o B não tinha acontecido e por aí vai. Será que estamos fadados a sermos meros representantes daquilo que já está escrito? Forças cósmicas, Deus ou universo é que escolhem o papel a ser desempenhado de cada um?
Destino não é uma coisa que me conforta. É difícil eu acreditar que não tenho uma migalha sequer de poder de escolha, liberdade e livre arbítrio (que sim, são extremamente limitados mas deixa pra outro dia). Que nada que fizer pode mudar o resultado do meu caminho que foi traçado pra mim, independente das vozes da minha cabeça, sentimentos, valores etc. Se eu jogar um dado (não viciado) cinco vezes, e quatro vezes seguidas cair o mesmo número, era por que ERA PRA SER ou simplesmente um fato não relacionado com nada (sem ser uma consequência direta de uma escolha)?
Aí entra o famoso: se não importa nada que eu fizer porque é tudo randômico, será que vale a pena o esforço? A gente só vive esperando o melhor mas não adianta fazer muita coisa porque pode ser quanto não ser.
A ciência diz que é tudo probabilidade. Deixo números com quem é de números mas a galera diz que há uma porcentagem pra tudo. A chance de eu ganhar na mega sena sempre será maior dependendo da quantidade de vezes que jogadas. Inclusive perdi na da virada. Uma pena, tantos sonhos meus dependiam disso…
Tem Jung que diz que as coisas acontecem porque estamos todos conectados. Nem vou entrar nos misticismos que devem abranger termos e explicações específicas para o que acontece ou deixa de acontecer. Eu amo a ciência mas tenho consciência de que a ciência não sabe e não explica tudo
A vida é muito fluida pra se apegar a um conceito só. E como nós também estamos em constante mudança, acredito que essas crenças e conceitos vão se transformando junto com a gente. Questionar é preciso.
Quando era mais nova acreditava cegamente que meu papel era cuidar da minha avó e viver em Bauru até o dia dela morrer. Até eu perceber o quanto isso não fazia sentido e que quanto mais eu seguia esse plano, aumentava a probabilidade da minha própria morte antes da dela.
Me deparei com a pergunta “o que você queria ser quando crescer?” e não tenho uma história profissional de que estava escrito em todos os detalhes desde cedo que me levariam onde estou hoje. Eu queria ser bióloga, escritora, diretora de cinema e acabei me tornando psicóloga. Penso se por saúde e sistema capitalista não devo migrar, escolher outra coisa. Já passei dos trinta e ingressar em qualquer profissão nova é difícil. Não é impossível. Mas isso significa que eu estou fadada a viver na psicologia para sempre ou que eu precisava passar por isso pra ter um grande plot twist/revelação de um novo eu profissional ainda por vir?
Eu queria era acreditar na utopia do que “é pra ser” onde todo mundo tem o que quer, faz o que quer sem sofrer e sem prejudicar ninguém. Direitos básicos pra todo mundo, gente horrível sem existir etc. Fico pensando nos planos e metas que coloco pra mim e o quanto faço para que se concretize. E que claro, se dependesse tudo só de mim… muitas coisas seriam diferentes. Será que o destino é pura coincidência?
O ansioso odeia esse conceito, parece mais fácil acreditar em qualquer coisa que possa dar uma mínima sensação de controle. Então se eu sei o meu destino, fica mais fácil ao longo da minha vida, tomar decisões que me levem até ele. E quem não sabe? Será que existe alguém que REALMENTE sabe qual é o resultado final? Existe propósito? Aqui talvez eu já esteja misturando outras coisas.
Ansiedade também tem a ver com pressa, de querer ver as coisas se concretizando PRA ONTEM. Tenho pensado em alguns objetivos que estou há ANOS fazendo escolhas, planejamentos etc para que se tornem realidade. E tem quem só fique esperando acontecer. Esperando as coisas melhorarem. Esperando a vida ser boa. Esperando a oportunidade perfeita pra agir. E nunca vou cansar de bater na tecla de que oportunidade perfeita não existe.
E por falar em ONTEM, será que a gente consegue olhar pra trás na nossa história e separar com exatidão eventos que foram coincidência e o que foi predestinado?
Muitas questões, poucas (nenhuma) resposta. É começo de ano, é pra dar aquele gás. Só sei que espero que esse ano seja melhor. Pra mim, pra você, pra nós.
The Marvels é uma bomba. Esperava girl power e uma história bacana mas tive vários nada. Só a cena pós créditos me pegou um tequinho. De resto me apegando a Candyman e tendo consciência que a Nia DaCosta também tem boleto pra pagar.
Eileen me prometeu romance sáfico e também não me entregou nada. Uma secretária faz amizade com uma psiquiatra na prisão onde trabalha e aí coisas acontecem, mas não acontece o que todo mundo queria que acontecesse kkkk A construção da personagem foi legal mas não levou a lugar nenhum.
In My Mother’s Skin uma garota na época da segunda guerra mundial, tenta proteger a mãe doente e o irmão. Mas aí ela encontra uma entidade e muito gore acontece. Um filme muito bacana e filipino! Vale assistir aos fãs de terror.
Sanctuary se passa num quarto de hotel com uma dominatrix e seu cliente. De repente é um jogo ou não é mais? Freud adoraria esse aqui. Achei legal, mas acho que vocês precisam começar a procurar mais terapia além (concomitante) de práticas sexuais kkk
The Purge: Election Year se passa depois de anos onde uma senadora em quase eleição quer acapar com a noite do expurgo. E aí a oposição tenta eliminá-la. Esse poderia ter sido uma grande crítica social foda, mas foi só flop mesmo.
Terminei a quinta temporada de What We Do In the Shadows e foi melhor que a anterior. Mas o final achei marmelada.
The Shrink Next Door é boa mas me deu muita raiva principalmente por ser baseada em fatos reais. Um psiquiatra abusa financeiramente e psicologicamente de um paciente por trinta anos. A dinâmica do Paul Rudd com Will Ferrell é boa demais.
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