Um amigo querido me diz que eu não estou sempre cansada, EU SOU CANSADA. Meu namorado diz que é difícil distinguir também pois parece meu estado constante. Quando falo que às vezes estou cansada pra fazer certas coisas, ele me corrige com “você sempre está cansada”.
E agora eu estou aqui, mais cansada que nunca.
Dezembro é a sexta-feira dos meses e eu conto os dias pras minhas férias. Não quero meter um burnoutinho mas também vejo o tanto de coisas pra fazer e resolver depois que parar de trabalhar, que provavelmente não vou ter tempo pra descansar.
Eu odeio o capitalismo. É muito difícil ser um adulto funcional.
O meu cansaço me ensinou valorizar minhas sagradas 8 horas de sono por dia. Fez com que eu apreciasse rolês que começam cedo e acabam antes das dez horas da noite. Procuro em cada passeio um lugar pra sentar, um negócinho pra eu comer. Esforço eu faço no exercício físico, de resto eu quero conforto.
Eu bebo água, como bem, me exercito. Passeio com os cachorros, arrumo (como dá) a casa, estudo, trabalho, treino espanhol, tento assistir coisas, tento escrever, pagar as contas, leio pro clube de leitura, leio pro clube de podreiras, leio pro desafio da michelle, faço pilates e cardio em casa. Estou tentando encaixar um hobbie que não dependa de telas aí.
Hoje eu dedico esse desabafo a todos que desejam largar tudo e se isolar no mato. Eu não gosto de mato, mas como disse meu primo lindo “mas é mato tipo Enya e sumir na colina que nem a Kate Bush”.
Não basta as coisas do presente me preocupo com o futuro tento fazer coisas pra melhorar meu futuro só que elas acumulam no presente e é tanta mas tanta coisa que não dá pra respirar direito tudo sem vírgula sem pontuação e quase sem ponto final mesmo igual isso aqui.
Quem não é visto não é lembrado mas cuidado pra não ficar dando seus dados de bandeja pra bandido na internet. Preciso divulgar meu trabalho mas cansa divulgar meu trabalho, não quero ser blogueira de profissão. Quero começar o esqueleto de um livro que tenho em mente mas aí eu vou ter que me divulgar e tentar fazer mais uma coisa acontecer que eu nem sei se vai ficar bom o suficiente pra ver o mundo.
Odeio cozinhar, odeio serviço doméstico. Odeio não ter casa própria e não conseguir juntar oitenta mil reais pra dar de entrada de uma vez num espaço que talvez não vale um terço desse valor.
O que me cansa é não ter nascido herdeira. Não ter habilidades o suficiente pra me aventurar a aprender programação (já tentei). Me faltar contatos pro quem indica. Enfim.
O meu descanso ideal seriam três meses de férias:
um pra só existir e respirar
outro pra só resolver pendências
o último pra só ser turista e viver num hedonismo desenfreado
Sonhar ainda é de graça.
E por falar nisso, como diz o meme: nesse dezembro abrace seu amigue autônomo. Uma vida sem décimo terceiro, conquista do povo esquerdista, é uma vida triste.
Mas não só dinheiro cansa o ser humano, sabemos. Tem épocas que a vida atropela a gente em todas as esferas possíveis. E é assim que tenho me sentido. Atropelada.
Meu cérebro parece um pudim. Venho esquecendo coisas. Anoto outras errado. Não consigo mais saber quanto dá 2+2 (é 8?). Esse ano eu fiz quase 20 cursos de curta/média duração. Tenho quatro no meio do caminho. E tantos outros esperando eu começar.
Voltei a jogar Binding of Isaac pela 102983718092 vez pra deixar meu cérebro lisinho.
Prometo que as próximas edições serão um pouquinho melhores. É que eu só tô cansada.
Suitable Flesh é ruim que dói. Uma psiquiatra fica obcecada em ajudar um paciente (e quebra o código de ética inteiro) e acaba tendo a vida inteira ferrada por conta de uma maldição antiga. Parece um softporn. E o diretor comentou várias vezes no letterboxd se defendendo, favoritando e dando 5 estrelas kkkk É preciso apreciar a autoestima do homem padrão.
A Hauting in Venice com base na mesma história da Agatha Christie é legalzinho, nada demais. Mistério, Poirot e aquilo que já conhecemos. Cochilei algumas vezes risos
Foe é onde tudo e nada acontece ao mesmo tempo. Num futuro, um casal isolado numa fazendo recebe uma oferta e aí coisas acontecem. Bom pra refletir que a gente se apaixona por versões de pessoas e que nem sempre isso é bom rs
Causeway acompanha uma soldada com sequelas de danos cerebrais tentando se ajustar a vida, fazendo amizade com o maravilhoso Brian Tyree Henry (que carrega tudo nas costas). É um bom filme mas também nada demais.
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