Mulheres incríveis que se relacionam com homens abaixo da mediocridade, é mais do que uma vivência comum e coletiva: é um tropo da vida real. Se você nunca passou por isso, sem dúvida conhece alguma mulher que sim. Na ficção esse segue sendo um tropo pouco explorado nas narrativas, porque acabam seguindo outros clichês. Geralmente a mulher é salva do homem menosquemedíocre por outro homem, que pode ser um golden retriever ou alecrim dourado, e só agora ela sim será feliz.
Estar abaixo da mediocridade significa fazer menos que o básico. E apesar de esse ser um problema sócio-histórico-cultural e a mudança deveria sim, vir do coletivo e de um plano macro… nessa altura do campeonato o micro já deveria estar um pouquinho melhor. O que traz o outro lado do campinho (que na verdade, não precisa pensar muito pra entender que o campinho é um só), vulgo as coisas melhoraram pra nós mulheres, mas aparentemente também não o suficiente pra maioria parar de se contentar com grão de areia (migalha às vezes é muito).
Um dos principais pontos começa desde cedo: homens são ensinados que podem tudo e que são principezinhos incríveis desde cedo. Mulheres são ensinadas de que nunca são boas o suficiente em sua aparência, em seus modos, em suas escolhas e que devem se moldar para serem escolhidas e servir, sendo provedoras de cuidado e afeto e outras coisas. Enquanto os homens podem ser e fazer o que eles quiserem. Mulheres precisam levantar as mãos aos céus e agradecer se forem notadas e escolhidas.
Seguindo por essa linha de pensamento, os relacionamentos são uma conveniência. Ter uma puta, uma mãe e uma cuidadora em uma mulher só… é ótimo enquanto se vive o resto da vida fazendo o que quer e perseguindo outros objetivos. Enquanto as mulheres estão dando conta de tudo de si e do outro. Os relacionamentos são uma busca por suporte, afeto, comunidade e prazer. Mas como uma parceria, um alívio e um respiro desse dar conta de tudo sozinha. Infelizmente o resultado é quase sempre outro. Geralmente carregar um homem nas costas ou estar à sua mercê e fazendo tudo para que ele possa realizar seus sonhos e continuar sendo um encostado.
Bom, o cenário já não é favorável desde cedo. Enquanto já somos mocinhas e nos tornamos mulheres, os queridos são apenas garotos eternamente. E aí, já que temos que aprender tantas coisas, uma delas é ter paciência. Que acaba virando passividade e vira argumento pra que uma mulher continue se permitindo a estar com um cara menosquemedíocre. “Ah, é uma fase, ele vai melhorar”. “Quem sabe daqui um tempo ele perceba que está errado ou que eu sou o amor da vida dele”. “Logo ele amadurece”. Entre tantas outras abobrinhas.
Com a Síndrome da Escolhida em dia, a força do conservadorismo e entre tantas outras merdas ao mesmo tempo, qualquer básico é mais do que suficiente. A ação menor que a migalha, vira um copo d’água no deserto. O mundo todo é tão cruel com a gente o tempo todo que qualquer “tá livre hoje?” às dez horas da noite, parece um poema do Kafka escrito especialmente pra você. E, são tantas camadas, que me dá canseira só de pensar.
Mulheres vêm falando sobre isso desde que o mundo é mundo, mas homens ainda não querem ouvir. E outras mulheres também não. Acontece que muitas vezes o medo de ficar sozinha, passa na frente do filtro. Porque como diz o meme: “se eu começar a me valorizar, vou virar celibatária”. Nós não somos estimuladas o suficiente para viver o clichê de “antes só do que mal acompanhadas”. Afinal, no fundo, todo mundo quer viver um amor tranquilo mas só não sabe como.
O cara não trabalha, não sabe se comunicar, age como se ainda tivesse quinze anos, não toma responsabilidade e rédeas da própria vida mas… pelo menos ele não te bate.
Você precisa pedir quinhentas vezes pra ele lavar um prato ou descer o lixo, te ajudar com uma burocracia mas… pelo menos ele é bonzinho.
Conversando com outras mulheres a gente entende que a barra é tão lá embaixo que tá quase no pé do Satanás. Os pré requisitos ou dealbreakers que as fazem achar que o cara é uma boa escolha vão para ABAIXO do básico. Ele tem um emprego. Ele é de esquerda. Mora sozinho. Paga pensão. Escova os dentes todos os dias. Limpa o cu e lava o pau no banho. Mija sentado. A casa não é o lixão da mãe Lucinda. Enfim, geralmente uma mulher incrível se apega a apenas UM desses itens, porque se passar disso… já é lucro.
O que pode ter demorado uma vida inteira pra um homem aprender, uma mulher já faz de olhos fechados desde pelo menos seus treze anos. Vou nem falar de maturidade emocional. Mas entenda: ninguém quer um cara perfeito porque ele não existe. Também não existe mulher nem ser humano algum que o seja. Acontece que o mapa da miséria é tão real, que a maioria das mulheres já não conseguem mais enxergar o que é a barra do mínimo que tem que vir INCLUSO NO PACOTE. Quando a grande maioria te entrega NADA, qualquer coisinha parece ser a EXCESSÃO. Esse sim, agora vai! Mas a fase da conquista não dura eternamente e bom… a maioria não se sustenta a longo prazo.
E por conta de tudo isso, surge mais um (porque não né) problema: o homem que faz o mínimo acha que merece biscoito por isso. Mas eu sou tão legal e trato mulher bem, e mesmo assim elas não me querem! Oh meu anjo… eu conto ou vocês contam?
É triste acabar com o brilho no olhar de uma amiga quando precisamos falar “amiga, abaixa essa bola porque isso é menos que o mínimo”. E veja bem, obviamente não sou isenta desse mal. Basta olhar pros meus relacionamentos até aqui. A vergonha de contar em voz alta e ouvir “e tu ficou nessa por quanto tempo?”. Baixar a cabeça e admitir que “é, eu sei”. Porque a gente ainda tenta e tem esperança. Ainda queremos ser provadas erradas. Ainda queremos dar a sorte de achar agulhas no palheiro de homem lixo (ou menosquemedíocres) do mundo.
Eu tenho vergonha de receber um cara aqui com a casa suja. Mas um homem não tem vergonha de durante o date me dizer que tem preguiça de mexer no próprio portfólio pra procurar emprego porque gosta muito de jogar videogame até às três da manhã e ser acordado pela mãe duas da tarde pra almoçar com a família.
Inclusive eu poderia escrever umas três edições só com relatos absurdos, meus e das minhas amigas. Vivências é o que não faltam para serem compartilhadas. Mas voltando ao tropo: ouvindo mulheres (e tendo autoconhecimento graças à terapia), a gente entende que tem sim sobrando mulheres incríveis e que o padrão é se sujeitar ao que aparece. Ao que sobra. E que infelizmente a maioria ainda não entendeu que dá pra ser incrível sozinha ou ao lado de outras mulheres incríveis. Fora do aspecto amor romântico/sexual. Que dá pra gastar energia com outras coisas e continuar se tornando cada vez mais incrível
Queria fugir do clichê e não precisar dizer pros homens: melhorem. Mas além de melhorarem, se você é um alecrim dourado, está fazendo o quê pra isso sair do seu umbigo? Tá compartilhando com seus brother? Está ouvindo outras mulheres e fazendo a famosa autocrítica? Enfim, se vira meu anjo.
E assim, por incrível que pareça, desde o ano passado tenho conhecido homens acima da barra da mediocridade. Que fazem sim além do mínimo (não pra mim em específico) e que são pessoas conscientes e sensatas. Eu também não sou contra o amor nem nada do tipo. É que falta autoconhecimento, pra entender que a gente precisa ter filtros sim. Não uma receita de bolo inflexível que ninguém vai seguir. Mas entender que não é qualquer coisa que serve.
Um cara ser bonzinho não sustenta uma relação. Não precisa acontecer uma desgraça gigantesca pra você sair de um relacionamento porque APESAR DE TUDO, ele não te bate. Que tá tudo bem se dar conta que você merece coisa melhor e que tá tudo bem ficar sozinha enquanto isso não acontece. Não precisamos ser as escolhidas e dar graças à Deus por isso. Nem todo homem, mas sempre um homem. Saber diferenciar o que é básico, o mínimo, é importantíssimo. A gente precisa aprender escolher melhor PELA GENTE. Reaprender a ser relacionar e se comunicar. Reaprender a ficar sozinha. Pensar em outras possibilidades de dinâmicas relacionais. Investir na gente, na autoestima e ter hobbys. Montar um look porque se sente gostosa. Entender que a franjudinha alternativa não é sua inimiga. Parar de reproduzir padrões problemáticos e pensar racionalmente sobre nossas escolhas que “parecem ser 100% emocionais”.
E porra, chatão né, não ter receita de bolo mas… a gente precisa olhar pra dentro primeiro pra conseguir pensar nas relações. Claro, não é só responsabilidade nossa. Volto que o problema não é tão micro. São tantas camadas. Mas de verdade só desejo que tantas mulheres incríveis se cerquem de pessoas incríveis como elas. (eu inclusa) Que os relatos de entretenimento sejam de coisas incríveis acontecendo. Que em alguma geração por aí pra frente as mulheres não seja um esporte falar mal de homem, porque eles melhoraram! yay! (risos nervosamente utópicos)
Predator Um grupo de soldados são recrutados para uma missão que bem, não era exatamente o que eles esperavam. É um ótimo filme de ação e tem cenas de tiros e explosões que se prolongam para além do necessário mas não dá pra esperar muito kkk Bom filme de introdução do bichão.
Predator 2 O bichão vai pra cidade. Infelizmente ruim demais. Problemático, racista e xenofóbico. Ruim de roteiro. Ruim de ação. Ruim de scifi. Mas pelo menos tem o Danny Glover como protagonista.
AVP: Alien vs Predator Fode o lore de ambas as franquias e na real nem deveria existir. O predador é um colonizador e vocês sabem que eu tenho uma preferência né? Ruim demais mas briga de bichão vs bichão até que é legal mesmo.
Aliens vs Predator: Requiem Consegue ser pior. Sem nexo, sem apelo, sem condição alguma. Tudo e todos completamente esquecíveis. Tanto que vi esse no cinema e mal me recordava de qualquer detalhe sequer. A maior farofa da franquia todinha.
Predators Copia um pouco a fórmula alien e tenta fazer um resgate da vibe do primeiro. Não é dos piores e tem um ótimo elenco. Deixa um gostinho de esperança e quero mais. Mais um de grupo jogado no mato preso com o bichão. As pessoas tem um pouquinho mais de personalidade e a ação é menos desenfreada.
The Predator No começo tava bom mas o final peidou na farofa demais. Tenta focar um pouco mais no lado scifi da coisa e bebe um pouco da lore de outras mídias pra contextualizar ainda mais o bichão. Achei os efeitos muito porcos e me irritou um pouco.
Prey O melhor de todos! Absolute cinema! Roteiro criativo, bons personagens, bons efeitos. O tipo de filme do bichão que todos os anteriores prometeram mas falharam em cumprir. Ansiosa pelos próximos que serão do mesmo diretor.
The Ballad of Wallis Island Um músico e sua ex são contratados pra fazer um show pra um cara só numa ilha quase deserta e coisas acontecem. Filminho bem cozy mas não dá pra esperar muita coisa não. Ainda que com bons personagens. Mas nada demais rs
The Woman in the Yard Uma família em luto percebe uma mulher sentada na sua varanda do nada, toda vestida de preto. É daqueles que usa do terror pra falar sobre assuntos mais profundos e emoções. Ainda assim é um pouco fraco na execução. Porém ainda vale ver pela idéia.
Toad Road Uma galera emuxa enche o cu de drogas e coisas começam a acontecer. Demoram muito pra acontecer. E quando acontece você fica meio desconfortável… meio eita que é isso? Meio fake-documentário, indie, experimental, projeto de faculdade rs Queria ter gostado mais rs Mas tem seu valor.
The Parenting Casa mal assombrada com comédia com elenco de milhões e na moralzinha? Chatinho demais rs Não me divertiu, nem as referências ao terror etc. Uma pena porque o elenco é bom demais. Totalmente esquecível pro cérebro lisinho, passar o tempo ou pegar alguém durante (eu imagino).